Falsas Promessas: Como Identificar Empréstimos Abusivos

Em um cenário marcado pelo endividamento crescente e pela busca constante por soluções financeiras, os brasileiros encontram-se vulneráveis a ofertas que parecem irresistíveis, mas escondem armadilhas perigosas.

Enquanto a necessidade de crédito cresce, as instituições, nem sempre transparentes, lançam mão de artifícios para atrair consumidores. Saber reconhecer esses perigos é essencial para preservar a saúde financeira e emocional.

Contexto do Endividamento no Brasil

Dados recentes mostram que o cenário nacional é preocupante. Em março de 2025, 42,01% dos adultos brasileiros estavam endividados, o maior índice desde o início das medições oficiais.

O crescimento anual da inadimplência chegou a 3,89% em relação a março de 2024, refletindo um desalento que afeta milhões de famílias.

No Estado de São Paulo, 12,5 milhões de pessoas estão endividadas e 3,8 milhões enfrentam atrasos formais. A faixa de 30 a 39 anos concentra 23,76% dos inadimplentes, demonstrando um desequilíbrio na vida produtiva.

Sinais de Empréstimos Abusivos

Para evitar cair em armadilhas, é fundamental identificar práticas enganosas antes de assinar qualquer contrato. Fique atento a:

• Taxas de juros acima da média do mercado, especialmente muito superiores aos índices divulgados pelo Banco Central.
• Falta de transparência contratual: ausência do Custo Efetivo Total (CET) e cláusulas confusas.
• Cobranças de serviços adicionais não explicados claramente.
• Pressão para fechar o negócio rapidamente, com promessas de aprovação instantânea.
• Cláusulas que permitem alterações unilaterais pelo credor sem aviso prévio.

Direitos do Consumidor

Conhecer seus direitos é a melhor forma de se proteger. A legislação brasileira assegura ao tomador de empréstimo:

• Informação clara, precisa e ostensiva sobre todas as condições do empréstimo.
• Arrependimento em até 7 dias para contratos assinados fora do estabelecimento.
• Revisão judicial de cláusulas abusivas, com possibilidade de devolução de valores cobrados em excesso.
• Ação para readequação contratual em casos de onerosidade excessiva.

Dicas Práticas para se Proteger

Antes de aceitar qualquer oferta, adote hábitos que reduzam riscos e ajudem na escolha consciente:

• Compare propostas de diferentes instituições e leia atentamente o CET.
• Verifique se a empresa está regulamentada pelo Banco Central.
• Leia todo o contrato com atenção e esclareça dúvidas em órgãos de defesa do consumidor.
• Considere alternativas como cooperativas de crédito e fintechs, frequentemente mais competitivas.
• Acompanhe o ranking de reclamações no site do Banco Central e em plataformas de defesa.